terça-feira, 28 de abril de 2009

Ossos do ofício: Programador






Tem que se acostumar com a idéia, viu?! he he

Série: Reforma Ortográfica

A vida de um programador

Vou transcrever um texto que li no blog de um amigo meu. Ele me falou que escreveu o post pois estava cansado de ser taxado de preguiçoso devido a profissão que escolheu para sí, a de programador.




A vida de um programador

Vou escrever um texto sobre como é a vida de um programador ou webdesigner.

Minha mãe, prima, tia, amigos e amigas devem pensar: "Ah, a vida de programador é fácil. É só ficar sentado no computador o dia inteiro e ainda ganhar bem por isso". Tsc tsc. A coisa não é assim.

Eles nunca viram um programa como ele é por dentro. Ele é repleto de códigos. Ele nasce do zero. Qualquer caractere errado pode significar um grande stress ou dor de cabeça. Um simples errinho, como a falta de um ponto-e-vírgula, por exemplo, pode significar horas perdidas para ser encontrado.

É preciso ser muito paciente, inteligente e ter conhecimento amplo da linguagem de programação utilizada. Algumas são mais fáceis, outras mais complicadas.

Eu lembro de uma disciplina na faculdade onde tínhamos que fazer um programa usando a linguagem C++ pra fazer um jogo onde a gente tinha que acertar com tiros paraquedistas caindo de um avião. Foi na época do terrorismo no World Trade Center, tínhamos que matar os terroristas que caíam. Eu fiquei horas, dias e semanas mexendo nesse programa. O C++ é 100% código. Não tem nenhuma ferramenta de desenho, como as do Paint. Imagine a gente, além de ter que programar a pontuação do jogo, velocidade, posição, etc, ter que desenhar digitando códigos. Foi o que fizemos.
Quando meu jogo ficou pronto (ele funcionava razoavelmente bem, e isso já vale muito), mostrei à minha irmã e ela achou uma porcaria de mal feito. É um pensamento comum, a pessoa não tá interessada no trabalho que está por trás das coisas e sim quer ver as coisas prontas, bonitas. Como ela não é especializada na coisa, obviamente não dei valor à opinião dela.

Quando chegou a hora de mostrar ao professor (hoje esse professor tem alguns livros à venda, ele é muito bom), ele gostou do que viu e me deu 9,5, que foi a melhor nota da minha turma. Essa opinião eu valorizei e vi que eu levava certo jeito pra coisa.

Fazer programas e jogos é comparável a fazer páginas na internet, pois mexemos com códigos. É muito mais difícil que ter um blog, mexer no Word, no Paint. Nem se compara o grau de dificuldade.

Quem é programador e webdesigner sabe do que eu estou falando. Enquanto os pedreiros, por exemplo, usam o esforço físico, nós usamos o esforço mental. Só que isso as pessoas leigas não percebem.

Muitos dos profissionais dessa área no Brasil, mesmo com experiência, não são lá essas coisas. Cansados de usar a cabeça e sem tempo para perder, alguns deles baixam algumas coisas prontas da internet, dão umas mexidinhas e mostram ao patrão. O patrão fica satisfeito mas não sabe que ele não fez o trabalho mais duro e fez uma cópia. Daí quando surge um problema, o profissional não consegue resolver e a empresa fica prejudicada. Precisamos de mão-de-obra qualificada.

Veja o site do jornal A Platéia , por exemplo. Ele tem muitos erros há muito tempo. Não tenho nada contra o webmaster (nem sei quem é), mas toda vez que eu olho eu sinto que faria algo bem melhor. O cara continua empregado, pra sorte dele.

Só o fato do Windows apresentar erros mostra o quanto é difícil nossa profissão.



É, foi um tremendo desabafo.