Imagine um grande lago. É possível que, se quisermos, consigamos retirar uma única gota de sua vasta quantidade de água. Você precisará para isto de um instrumento adequando e, mesmo que nã seja uma atividade complexa, provavelmente dará um certo trabalho. Agora, tente jogar às aguas do lago essa gota retirada e depois tentar retirar exatamente essa mesma porção de água do lago novamente. É impossível.
A unidade de medida da confiança é a gota, creio. Ganha-se e perde-se aos poucos. E como na história do lago, ganhá-la tem sua dificuldade, mas é possivel. Todavia, após perde-la a recuperação é impossível.
Pode haver o perdão, mas com cincatrizes que não se apagam jamais e que, volta e meia, trazem lembranças que nos esforçamos para esquecer.
Remember I love you.
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Eu Só Queria Entender-Frejat
Eu Só Queria Entender - Frejat
Ah, será que ninguém percebeu que estamos girando no mesmo lugar?
Regredindo no tempo sem saber aonde nós vamos chegar?
Maltratando a Mãe-Natureza e esse imenso altar?
Impondo a miséria no mundo em nome de um tal "bem estar"?
Eu só queria entender o porquê
Ah, será que um dia uma estrela-guia virá pra mostrar o nosso papel:
Que a vida é uma linha fininha e o homem é o seu carretel?
Eu só queria entender o porquê
Eu só queria entender o porquê
Ah, será que o sentido da vida é viver o prazer de ostentar o poder?
E depois, ao final, quando tudo acabar, o que vamos fazer?
Eu espero que o homem perceba que assim está se matando
Acabando com o mundo, sem ter, nem porque, é a razão de um insano
Eu só queria entender o porquê de viver
Eu só queria entender o porquê pra viver
Eu só queria entender o porquê pra dizer:
Eu só queria entender o porquê
Ah, será que ninguém percebeu que estamos girando no mesmo lugar?
Regredindo no tempo sem saber aonde nós vamos chegar?
Maltratando a Mãe-Natureza e esse imenso altar?
Impondo a miséria no mundo em nome de um tal "bem estar"?
Eu só queria entender o porquê
Ah, será que um dia uma estrela-guia virá pra mostrar o nosso papel:
Que a vida é uma linha fininha e o homem é o seu carretel?
Eu só queria entender o porquê
Eu só queria entender o porquê
Ah, será que o sentido da vida é viver o prazer de ostentar o poder?
E depois, ao final, quando tudo acabar, o que vamos fazer?
Eu espero que o homem perceba que assim está se matando
Acabando com o mundo, sem ter, nem porque, é a razão de um insano
Eu só queria entender o porquê de viver
Eu só queria entender o porquê pra viver
Eu só queria entender o porquê pra dizer:
Eu só queria entender o porquê
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Dia "D" para o mundo

Hoje é uma dia especial para o futuro de nossa humanidade. Ouvia muito isso uns tempos atrás nos filmes americanos de ficção e nos que tratavam de tragédias causadas por fonômenos naturais, no entanto, hoje ouço em telejornais e rádios.
Fica a pergunta no ar: a cúpula sobre o clima pode realmente salvar o planeta?
E mais: será que os líderes mundiais estão realmente dispostos a gastar bilhões em investimentos e métodos alternativos em busca de uma diminuição da emissão dos gases que porvocam o tão comentado e temido efeito estufa?
Estou na torcida para que essas "taxas de redução" prometidas por todos governantes sejam verdadeiramente suficientes para tirarmos o planeta da "UTI". Caso contrário, todo o mundo assitirá a "EUTANÁSIA" de nossa querida Terra.
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
O time certo
Já escutei diversas vezes que o tempo é o senhor da razão. Parafraseando esse antigo provérbio, ouso dizer: o tempo é o senhor não só da razão, contudo, também da emoção. Acredito que as pessoas mais racionais tenham facilidade em perceber o que estou dizendo. Elas, já naturalmente, impõe às suas emoções o querer da razão. E se por um lado esse comportamento cultiva um sentimento de pre-visão sobre as suas ações, faz nascer uma "emoção inteligente" nelas.
Inteligente por saber o que dizer, para quem dizer e, acredito eu o mais importante e difícil de perceber, QUANDO dizer. Descobrir o time certo não é fácil. Ironicamente, em um relacionamento essa descoberta vem com o tempo também. Contudo não de modo definitivo, visto que cada situação é regida por um contexto particular. Isso exige uma nova análise a cada necessidade de uma ação possívelmente agressiva. Refiro-me a uma ação que gere discordância, ou mesmo uma "indigestão" por parte da outra pessoa da relação. É necessário aguardar a "deixa" do momento. Ter a certeza que, naquele contexto, sua atitude não deflagará um stress no outro.
Apesar de ser trabalhoso, vale a pena. Você tem a sensação de que o recado foi dado, de que você fez saber do seu descontentamento com algo, e isso não gerou na relação uma desavença.
Encontre o tempo, ou seja, o time certo para falar ou fazer algo. Seja paciente e, evite atitudes que poderá gerar uma briga. Em prol de seu relacionamento, é uma atitude louvável. Aprenda que o tempo é o senhor da razão e da emoção SIM. Aprender a sentir os times certos [momentos] é fundamental para uma relação feliz.
Inteligente por saber o que dizer, para quem dizer e, acredito eu o mais importante e difícil de perceber, QUANDO dizer. Descobrir o time certo não é fácil. Ironicamente, em um relacionamento essa descoberta vem com o tempo também. Contudo não de modo definitivo, visto que cada situação é regida por um contexto particular. Isso exige uma nova análise a cada necessidade de uma ação possívelmente agressiva. Refiro-me a uma ação que gere discordância, ou mesmo uma "indigestão" por parte da outra pessoa da relação. É necessário aguardar a "deixa" do momento. Ter a certeza que, naquele contexto, sua atitude não deflagará um stress no outro.
Apesar de ser trabalhoso, vale a pena. Você tem a sensação de que o recado foi dado, de que você fez saber do seu descontentamento com algo, e isso não gerou na relação uma desavença.
Encontre o tempo, ou seja, o time certo para falar ou fazer algo. Seja paciente e, evite atitudes que poderá gerar uma briga. Em prol de seu relacionamento, é uma atitude louvável. Aprenda que o tempo é o senhor da razão e da emoção SIM. Aprender a sentir os times certos [momentos] é fundamental para uma relação feliz.
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Deus nos Ouve
Todos nós temos momentos de fúria e descrença. Independente do que/quem a provocou,
é difícil evitar. Sempre procuramos um culpado, mesmo quando somos nós mesmos. A nossa primeira atitude é "maquinar": Por
que fizeram isso comigo? ou Por que isso tem que acontecer justamente comigo?
Daí nos lamentamos por um bom momento. Uns culpam Deus. E quando digo uns, leia-se a maioria da pessoas. Depois entramos em um período de reflexão mais racional. Percebemos que Deus nada tem a ver com o acontecido e, quase sempre, nós mesmos é quem somos os verdadeiros culpados.
Julgar Deus responsável por nossas falhas é algo mais fácil do que assumir o erro. Mesmo quem pensa assim, no fundo no fundo sabe que está errado. E, apesar de trazer um alívil paliativo, tal atitude não nos leva a uma completa traquilidade, que é
possível através de uma honesta análise da situação, do verdadeiro culpado, onde, com toda certeza, o resultado será diferente do inicialmente previsto.
Julgo Deus um amigo. Ele me trata assim, disso não tenho dúvida. Ontem tive algumas atribulações. Não culpei Deus. O que outrora era quase invevitável. Também não fiquei com raiva nem ódio dos que me prejudicaram. Não consigo setir isso das pessoas. A Prova disso é que já passei pela mesma situação em momentos anteriores, e pela mesma pessoa. Sei que as pessoas merecem uma segunda chance.
E que Deus, melhor do que ninguém, faz a sua justiça.
Apesar de não o culpar, pedi que me dissesse o por que de está passando por aquele momento, e Ele foi bem claro comigo.
Abri a Bíblia de forma aleatória e imaginei comigo: vou ler o 1º versículo em que eu fixar meus olhos. Essa será a resposta de Deus pra mim.
O texto foi o seguinte:
This is what the Lord says:
your Redeemer, the Holy one of Isarael:
"I'm the Lord your God, who teaches you what is best for you, who directs you in the way you should go."
Isaiah 49:17
Alguma dúvida que Deus nos ouve e, melhor ainda, "fala" conosco?
Aguardar em Deus é melhor.
é difícil evitar. Sempre procuramos um culpado, mesmo quando somos nós mesmos. A nossa primeira atitude é "maquinar": Por
que fizeram isso comigo? ou Por que isso tem que acontecer justamente comigo?
Daí nos lamentamos por um bom momento. Uns culpam Deus. E quando digo uns, leia-se a maioria da pessoas. Depois entramos em um período de reflexão mais racional. Percebemos que Deus nada tem a ver com o acontecido e, quase sempre, nós mesmos é quem somos os verdadeiros culpados.
Julgar Deus responsável por nossas falhas é algo mais fácil do que assumir o erro. Mesmo quem pensa assim, no fundo no fundo sabe que está errado. E, apesar de trazer um alívil paliativo, tal atitude não nos leva a uma completa traquilidade, que é
possível através de uma honesta análise da situação, do verdadeiro culpado, onde, com toda certeza, o resultado será diferente do inicialmente previsto.
Julgo Deus um amigo. Ele me trata assim, disso não tenho dúvida. Ontem tive algumas atribulações. Não culpei Deus. O que outrora era quase invevitável. Também não fiquei com raiva nem ódio dos que me prejudicaram. Não consigo setir isso das pessoas. A Prova disso é que já passei pela mesma situação em momentos anteriores, e pela mesma pessoa. Sei que as pessoas merecem uma segunda chance.
E que Deus, melhor do que ninguém, faz a sua justiça.
Apesar de não o culpar, pedi que me dissesse o por que de está passando por aquele momento, e Ele foi bem claro comigo.
Abri a Bíblia de forma aleatória e imaginei comigo: vou ler o 1º versículo em que eu fixar meus olhos. Essa será a resposta de Deus pra mim.
O texto foi o seguinte:
This is what the Lord says:
your Redeemer, the Holy one of Isarael:
"I'm the Lord your God, who teaches you what is best for you, who directs you in the way you should go."
Isaiah 49:17
Alguma dúvida que Deus nos ouve e, melhor ainda, "fala" conosco?
Aguardar em Deus é melhor.
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
É isso aí...
"Quem conhece o outro é sábio; quem conhece a si mesmo é iluminado. Quem vence o outro é forte. Quem vence a si mesmo é invencível".
Lao Tsé
Lao Tsé
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
...
E nos últimos tempos...
com tantos insucessos (profissionais, amorosos, nos estudos...) é necessária uma avaliação profunda da vida.
com tantos insucessos (profissionais, amorosos, nos estudos...) é necessária uma avaliação profunda da vida.
terça-feira, 15 de setembro de 2009
SOBRE CACHORROS, CHAVES E FERRADURAS
Você tem uma fechadura à sua frente, e um molho de chaves. Em geral, leva-se de um a dois minutos para achar a chave correta e abrir a porta. Um determinado dia, soltam um cachorro bravo lá no fim da rua, logo assim que você chega até a porta. Você ainda não sabe, mas o cachorro leva três minutos para chegar até você. O que sabe é que tem uma porta fechada, um monte de chaves, um cachorro querendo estraçalhar você... e que é preciso achar a chave correta o mais rápido possível.
Quanto tempo você vai levar para achar a chave? O mesmo, mais tempo ou será mais rápido? Costumo perguntar isso nas palestras pelo país afora. Em geral, as pessoas acham que muito mais tempo, já que a pessoa ficará nervosa e estressada com os latidos e o medo do cachorro.
Contudo, a resposta correta é: "depende".
Se você pensar no cachorro, levará mais tempo e algumas mordidas. Se esquecer o cachorro e se concentrar nas chaves, levará provavelmente o mesmo tempo e não será vítima do pit bull, ou dobermann. Eu digo que esqueceria do cachorro e faria o que tem de ser feito. Em situações como essas, você não pode pensar em focar no cachorro, mas na tarefa. Quanto mais focado, melhor irá desempenhá-la.
Algumas pessoas estudam e/ou fazem provas pensando no "cachorro" - o tempo curto, as pressões, as dívidas, a quantidade de matéria, os riscos, a quantidade de candidatos, se serão chamados ou não etc. Isso não adianta, apenas atrapalha. Você precisa pensar nas chaves, na fechadura.
Em uma palestra, um rapaz disse que acharia a chave mais rápido. Inicialmente achei que estivesse errado, mas ele me convenceu. Ele disse que, sabendo que havia um cachorro, não focaria no bicho, mas, em razão de sua presença, iria prestar mais atenção do que de costume, afinal, naquele dia o assunto era mais sério. Não só admirei e concordei com a resposta, mas lembrei de mim mesmo e de muitos amigos: sabendo que a coisa é séria, a gente se distrai menos. Quando "cai a ficha" a gente não se permite perder tempo ou levar a coisa sem um mínimo de seriedade.
Quando eu estudava para concursos, sabia que aquela era, senão a única, certamente a melhor saída para eu achar meu lugar ao sol. Era a porta que eu tinha e a chave era estudar, aprender a matéria, aprender a fazer as provas, me organizar. Quando fazia as provas, não pensava no cachorro, mas focava minhas atenções em fazer a melhor prova que eu pudesse fazer naquele dia. Se desse para passar, ótimo; se não, iria me preparar melhor para a próxima. Concurso se faz não para passar, mas até passar.
Há pessoas que ficam pensando nos cachorros; outras tratam o estudo ou a prova com displicência, como se tudo fosse dar certo automaticamente, ou como se tivessem todo o tempo do mundo. Não é por aí. Nem atenção demais, nem de menos. O importante é um candidato equilibrado.
É preciso estar presente naquilo que se faz: no lazer, lazer; no estudo, estudo. Precisamos de um mínimo de lazer, descanso e atividade física, e de muito estudo, mas estudo de qualidade. Para a atividade física, recomendo o WDPTS, disponível gratuitamente na página www.williamdouglas.com.br, onde também há dicas sobre organização e administração do tempo. Mas tão importante quanto organizar o tempo, é organizar a própria cabeça, as prioridades e a forma como vamos lidar com nossos cachorros e as chaves. Há muitas portas boas para serem abertas, e faremos isso se fizermos a coisa certa pelo tempo certo.
William Douglas
Quanto tempo você vai levar para achar a chave? O mesmo, mais tempo ou será mais rápido? Costumo perguntar isso nas palestras pelo país afora. Em geral, as pessoas acham que muito mais tempo, já que a pessoa ficará nervosa e estressada com os latidos e o medo do cachorro.
Contudo, a resposta correta é: "depende".
Se você pensar no cachorro, levará mais tempo e algumas mordidas. Se esquecer o cachorro e se concentrar nas chaves, levará provavelmente o mesmo tempo e não será vítima do pit bull, ou dobermann. Eu digo que esqueceria do cachorro e faria o que tem de ser feito. Em situações como essas, você não pode pensar em focar no cachorro, mas na tarefa. Quanto mais focado, melhor irá desempenhá-la.
Algumas pessoas estudam e/ou fazem provas pensando no "cachorro" - o tempo curto, as pressões, as dívidas, a quantidade de matéria, os riscos, a quantidade de candidatos, se serão chamados ou não etc. Isso não adianta, apenas atrapalha. Você precisa pensar nas chaves, na fechadura.
Em uma palestra, um rapaz disse que acharia a chave mais rápido. Inicialmente achei que estivesse errado, mas ele me convenceu. Ele disse que, sabendo que havia um cachorro, não focaria no bicho, mas, em razão de sua presença, iria prestar mais atenção do que de costume, afinal, naquele dia o assunto era mais sério. Não só admirei e concordei com a resposta, mas lembrei de mim mesmo e de muitos amigos: sabendo que a coisa é séria, a gente se distrai menos. Quando "cai a ficha" a gente não se permite perder tempo ou levar a coisa sem um mínimo de seriedade.
Quando eu estudava para concursos, sabia que aquela era, senão a única, certamente a melhor saída para eu achar meu lugar ao sol. Era a porta que eu tinha e a chave era estudar, aprender a matéria, aprender a fazer as provas, me organizar. Quando fazia as provas, não pensava no cachorro, mas focava minhas atenções em fazer a melhor prova que eu pudesse fazer naquele dia. Se desse para passar, ótimo; se não, iria me preparar melhor para a próxima. Concurso se faz não para passar, mas até passar.
Há pessoas que ficam pensando nos cachorros; outras tratam o estudo ou a prova com displicência, como se tudo fosse dar certo automaticamente, ou como se tivessem todo o tempo do mundo. Não é por aí. Nem atenção demais, nem de menos. O importante é um candidato equilibrado.
É preciso estar presente naquilo que se faz: no lazer, lazer; no estudo, estudo. Precisamos de um mínimo de lazer, descanso e atividade física, e de muito estudo, mas estudo de qualidade. Para a atividade física, recomendo o WDPTS, disponível gratuitamente na página www.williamdouglas.com.br, onde também há dicas sobre organização e administração do tempo. Mas tão importante quanto organizar o tempo, é organizar a própria cabeça, as prioridades e a forma como vamos lidar com nossos cachorros e as chaves. Há muitas portas boas para serem abertas, e faremos isso se fizermos a coisa certa pelo tempo certo.
William Douglas
O PORTEIRO DO MEU PRÉDIO - Quando a inteligência burra substitui a ignorância inteligente.
(por *Marcos Méier)
“Seu” Inácio era o porteiro do nosso prédio: 15 andares, 60 apartamentos e 60 famílias. Era muita gente entrando e saindo a toda hora. “Seu” Inácio era um sujeito todo prestativo, carinhoso, atencioso e de uma alegria tão grande que dava inveja. Santa inveja! Quando a gente chegava em casa com as compras de supermercado, lá ia ele correndo ajudar a colocar tudo no elevador. Quando a gente levantava de manhã cedinho logo vinha um “bom dia!” Alto, sonoro, e, novamente feliz.
Quando recebíamos visitas, ele recepcionava a todos cumprimentando, dizendo “sejam bem vindos”, e derramava-se em gentilezas. Mas “Seu” Inácio tinha um problema. Era quase analfabeto. Tecnicamente, era um analfabeto funcional. Sabia apenas ler o nome das pessoas na correspondência para poder colocá-las cada qual em seu escaninho. Não adiantava deixar bilhetes para ele. “Tava sem meus óculos” logo dizia, esquivando-se da leitura. Via as fotos das revistas para dar a impressão a quem passasse que ele estava absorto na leitura.
Alguns moradores começaram a se incomodar: “Não dá para convidar visitas formais, pois com essa recepção, cai o nível”, “ele fala com meus convidados, sem a menor condição de manter um diálogo, ele fala: ‘os problemas das pessoas o Lula tá resolvendo’”; “um prédio com o nosso não pode continuar com uma recepção tão inculta. Merecemos alguém mais capacitado”.
De tanto reclamarem, chiarem, resmungarem, os “cultos e inteligentes” moradores do meu prédio forma em peso em uma reunião do condomínio e exigiram a troca do “Seu” Inácio por alguém mais preparado.
Hoje cheguei muito cansado do trabalho, estressado pelo número de reuniões intermináveis. Ao passar pela recepção, um novo porteiro. Um recepcionista. Fez administração em uma dessas faculdades sobreviventes.
As conversas com eles são cultas.
Pequenas, mas cultas.
Sérias, sisudas, mas cultas.
Ajuda? Não. Essa não é a função dele. Ele é recepcionista.
Fala muito bem.
Ontem eu o vi dizer: “Há vários problemas nesse prédio. Falta manutenção”.
Diagnóstico perfeito e dito de forma perfeita. Triste e carrancudamente perfeito.
“Seu” Inácio, pelamordedeus, dá procê vortá correno?
*Marcos Meier é Mestre em Educação, Psicólogo e Palestrante. Contatos pelo site www.marcosmeier.com.br.
“Seu” Inácio era o porteiro do nosso prédio: 15 andares, 60 apartamentos e 60 famílias. Era muita gente entrando e saindo a toda hora. “Seu” Inácio era um sujeito todo prestativo, carinhoso, atencioso e de uma alegria tão grande que dava inveja. Santa inveja! Quando a gente chegava em casa com as compras de supermercado, lá ia ele correndo ajudar a colocar tudo no elevador. Quando a gente levantava de manhã cedinho logo vinha um “bom dia!” Alto, sonoro, e, novamente feliz.
Quando recebíamos visitas, ele recepcionava a todos cumprimentando, dizendo “sejam bem vindos”, e derramava-se em gentilezas. Mas “Seu” Inácio tinha um problema. Era quase analfabeto. Tecnicamente, era um analfabeto funcional. Sabia apenas ler o nome das pessoas na correspondência para poder colocá-las cada qual em seu escaninho. Não adiantava deixar bilhetes para ele. “Tava sem meus óculos” logo dizia, esquivando-se da leitura. Via as fotos das revistas para dar a impressão a quem passasse que ele estava absorto na leitura.
Alguns moradores começaram a se incomodar: “Não dá para convidar visitas formais, pois com essa recepção, cai o nível”, “ele fala com meus convidados, sem a menor condição de manter um diálogo, ele fala: ‘os problemas das pessoas o Lula tá resolvendo’”; “um prédio com o nosso não pode continuar com uma recepção tão inculta. Merecemos alguém mais capacitado”.
De tanto reclamarem, chiarem, resmungarem, os “cultos e inteligentes” moradores do meu prédio forma em peso em uma reunião do condomínio e exigiram a troca do “Seu” Inácio por alguém mais preparado.
Hoje cheguei muito cansado do trabalho, estressado pelo número de reuniões intermináveis. Ao passar pela recepção, um novo porteiro. Um recepcionista. Fez administração em uma dessas faculdades sobreviventes.
As conversas com eles são cultas.
Pequenas, mas cultas.
Sérias, sisudas, mas cultas.
Ajuda? Não. Essa não é a função dele. Ele é recepcionista.
Fala muito bem.
Ontem eu o vi dizer: “Há vários problemas nesse prédio. Falta manutenção”.
Diagnóstico perfeito e dito de forma perfeita. Triste e carrancudamente perfeito.
“Seu” Inácio, pelamordedeus, dá procê vortá correno?
*Marcos Meier é Mestre em Educação, Psicólogo e Palestrante. Contatos pelo site www.marcosmeier.com.br.
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